Lobão – No país das maravilhas (sobre o Manifesto do Nada na Terra do Nunca)

Não sei porque, toda vez que Lobão se apresenta, através de sua verborragia inocente,  é como quem oferecesse um vinho sem tê-lo em casa. O que seus textos costumam propor, em boa parte, como todo lobo bobo, é a sentença antes do veredicto, é o arremedo enquanto fato absoluto.

Entre seu status real e o imaginário, como o chapeleiro louco, de Alice no país das maravilhas, sua lógica é sempre invertida, mas, será que o mesmo sabe situar o seu verdadeiro papel, nesse circo brasileiro?

Creio que a persona que mais lhe caberia no momento é o da Rainha de Copas, de modo que, seu narcisismo situacional adquirido, lhe tornou um lobo presunçoso e arrogante, haja vista, que possui uma dificuldade danada para ajustar-se ao seu “recente” envelhecimento.

Sim, Lobão é a Rainha de copas, de Alice no país das maravilhas, e, assim sendo, não é à toa e nem por acaso que boa parte do seu discurso sofre de déficit de atenção, motivo pelo qual, sempre parece um arremedo?

Portanto, em seus “novos” valores-chave, no reino tão, tão distante no país das maravilhas, equivoca-se novamente, assim quando incorporava, nos anos 80, a antissocial fada-lobão-sininho, e por vezes, também personificava um daqueles meninos perdidos, que caíram do carrinho de bebê.

Pois é, por que será que, desde sempre, todos os seus personagens são essencialmente infantis?

Sim, MUITOS estão loucos neste país das maravilhas, contudo, ele é o otário mais obsessivo, que vive a uivar: Oh, meu pêlo e meus bigodes! Oh, meu pêlo e meus bigodes!

Bom, como bom tolo que é, se pudesse, talvez até ordenasse algumas execuções, tipo Rainha de copas: cortem-lhe as cabeças! Cortem-lhe as cabeças!  - Ele já disse que os torturadores militares só arrancaram umas unhinhas, lembram?

 Pois bem, para ele, parece ser sempre seis da tarde, nesse país tão, tão distante... as raízes estarão na infância?)

Claro está também, em seu novo livro, que, seu Lobão e seu estilo de vida parasítico, torna a nos presentear com mais uma das suas costumeiras necessidades de aprovação, isto é, seu incansável complexo de Cinderela, um Willy Woonka, isolado e sem referencial com a realidade, no país dos oompa-lompas...

E assim, novamente ele nos brinda, como em seu livro anterior, com o espólio de suas próprias mazelas, e, em parte, o que o tão tão carente Lobão quer é que seu imenso ego seja lubrificado, como o homem de lata que é, e, assim, como o Mágico de Oz, Lobão também é uma fraude, de modo que, ele projetou uma falsa imagem de si, a ponto de que talvez nem ele saiba, onde começa ou termina sua persona inventada (transtorno de personalidade?). Vá se saber...